Creche é vida sadia
Os problemas sociais, que no Brasil mostram uma multidão de
jovens perdidos em consequência do abandono a que foram relegados na infância e
puberdade, são atordoantes. O pesadelo se reflete na delinquência e criminalidade
para a qual muitos entendem que é necessário reduzir a idade para
criminalização do jovem infrator.
Independentemente do mérito jurídico com leis em todos os
níveis (Clement) devemos, acima de
tudo, trabalhar para evitar essa tragédia nacional que é a demolição de uma
geração de futuros brasileiros cujas famílias não puderam lhes dar boa educação.
O custo operacional de uma creche é alto, mas se aplicará
durante poucos anos na vida das crianças. Contrariando a Constituição Federal
(Creche) as crianças que
nossas administrações públicas têm a obrigação de abrigar, alimentar e cuidar
se restringe a um período pequeno
.
Muitos municípios mantêm estruturas caríssimas e um volume
imenso de assessores e coisas semelhantes, não têm, entretanto, preocupação com
as crianças mais pobres. É fácil perceber o grau de alienação nesse nível.
Dependendo do tamanho e personalidade local o povo é tratado com migalhas. As elites
decidem quem será prefeito e nelas não existe muito lugar para nossas biafras.
Dizíamos que uma creche é vida sadia, sim, se bem feitas e
cuidadas por pessoas dedicadas. Pudemos sentir isso em Colombo na Creche
existente na Vila Ana Maria, a alegria das crianças e o prazer de estarem na
creche é algo extremamente gratificante (Centro de Educação Infantil Pequenos Brilhantes).
O que devemos calcular?
Quantas vidas são salvas em bom ambiente escolar (CRECHES: DE UM ESPAÇO ASSISTENCIAL PARA UM ESPAÇO
EDUCACIONAL, 2013)?
O que significa o cuidado com a saúde das crianças nesses lugares protegidos? Quanto
a sociedade deixa de gastar em penitenciárias, tratamentos médicos, segurança? Uma
criança bem encaminhada será trabalhadora, útil à sociedade.
Com certeza o custo da criança em uma creche (MEC culpa prefeituras por atrasos na inauguração de
creches, 2012)
é alto e cria vacilações, compete, entretanto, aos nossos políticos e empreendedores
resolver essa questão, o Brasil não é rico?
Mais ainda, pais liberados podem trabalhar, consumir, gastar
na própria comunidade gerando mais impostos, mais postos de trabalho (A importância das creches, 2013). Ou seja, a
sociedade em geral sai lucrando muito quando subsidia, investe e gasta com
Educação.
Com certeza no Brasil a situação não é simples [ (Faltam 12 mil
creches no país, diz pesquisa, 2011), (Déficit de vagas nas creches de Curitiba é de 63%, diz MP, 2011)]. Infelizmente não
temos trabalhos eficazes em planejamento familiar e as emissoras de TV, janelas
dentro de casa, estimulam a promiscuidade e liberdades e taras perigosas (A TV e a Insensatez).
Cidadania, o que fazer?
Clubes de serviço, ONGs, bons políticos e lideranças civis
podem criar espaços de cobrança e informação da quantidade de crianças fora de
creches e escolas em suas cidades, bairros e vilas. A boa democracia exige
militância, voluntariado e cobranças a partir da vigilância cívica.
Não elegemos representantes e prefeitos, governadores e
presidentes para que façam o que lhes der na cabeça e sim para trabalhar de
forma objetiva, honesta e com boa visão de prioridades sociais, pelo menos essa
deve ser, na nossa opinião, a vontade do eleitor consciente e atento às necessidades
sociais.
A Educação no Brasil, desde sua criação, teve como lógica
formar escravos, manter padrões antigos e deixar tudo como está ou pior. Essa
era a vontade das oligarquias que sabiam explorar ao máximo a “máquina gente”.
Para mudar e podermos construir uma sociedade sadia não poderemos ter crianças
fora das escolas e creches de boa qualidade. Como resolver isso? Com a mesma
dedicação que o Governo Federal dedicou aos banqueiros, vale tudo para salvar
nosso povo.
Cascaes
26.5.2013