sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Ecologia, Meio Ambiente, Cidades e futuro que poderemos encaminhar



 

Quando pensamos em Ecologia a vontade é até de chorar lembrando o tempo em que os passarinhos e os peixes eram onipresentes em nossos rios e florestas. Blumenau, cidade de clima subtropical, imersa na Mata Atlântica, o espetáculo e a diversidade de plantas, árvores, animais silvestres, passarinhos e a visão de uma cidade já poluída pelas indústrias, mas ainda cheia de imagens naturais, era nossa paixão.

O crescimento da população humana (Evolução humana, s.d.) chegou em níveis que merecem atenção máxima [1], O ser humano médio atual é maior em peso e altura do que o normal há poucas décadas (Vamos continuar a ficar cada vez mais altos?, 2015).

Independentemente de ideologias, religiões e atavismos o essencial é que precisamos mudar hábitos e padrões de existência.

Todos devem estudar, acompanhar o que se faz em defesa do meio ambiente, da Humanidade.

O crescimento populacional, falta de planejamento familiar, conceitos familiares anacrônicos, ignorância., esterilidade ambiental e a violência têm criado situações brutais de garantia alimentar a muitos países (Índice Global da Fome, s.d.). No Brasil, exportador de alimentos, o paradoxo entre a fome e a riqueza é cruel.

O negacionismo tem sido um processo de não aceitação e tentativa de desmoralização  da Ciência, é extremamente perigoso.

Devemos e podemos viver em harmonia com a Natureza[2].

A pandemia poderá ser contida, mas a degradação suicida do meio ambiente é uma realidade.

Enquanto cientistas discutem padrões de vida outros se empenham em guerras e processos econômicos alienados.

Tratados, acordos, convenções, leis, instituições e ONGs têm sido vistos como de diversos ângulos, nem sempre bem-intencionados.

Todo eleitor, estudante, adulto ou idoso precisa saber o máximo possível sobre o significado da Preservação Ambiental, técnicas e tecnologias.

Bons livros, inclusive em formato digital[3] existem. As facilidades de aprendizado só aumentam.

A mídia radical atrapalha criando resistências, mas compreender que a Humanidade e a Natureza em geral sofrem efeitos antropológicos insuportáveis é essencial à estratégia educacional e governamental de todas as nações (The 'anti-woke' crusade has come to Europe. Its effects could be chilling, 2022).

Estranho é não ver na agenda dos ecologistas e especialistas e sustentabilidade não falarem de planejamento familiar (Católicos não devem se reproduzir 'como coelhos', aconselha o Papa, 2015) e agigantamento das pessoas.

A Pandemia (Pandemia de COVID-19, s.d.) atual está agravando o cenário mundial que deverá conciliar a recuperação ambiental, ecológica, o combate à miséria, pacificação de conflitos e possíveis novos fenômenos naturais perversos (terremotos, vulcões, maremotos etc.).

É importante lembrar que a produção de alimentos cresceu muito mais do que Malthus[4] previa.

No Brasil vivenciamos e ainda sentimos os efeitos do êxodo rural. Esse processo se tornou forte o suficiente para criar comunidades pobres em torno das grandes cidades, assim escolhidas pelos migrantes pois lá estariam melhor do que em suas roças (Silva, 2014). Na Presidência da COPEL vivi uma situação interessante. A empresa empreendeu diversos programas de eletrificação rural, e naquele ano (1994) o Governador me perguntou quantas propriedades haviam sido ligadas. Consultando o pessoal da Distribuição me disseram o número exato, mas também o abandono de propriedades rurais, Explicação: leva-se energia para o micro agricultor ou pecuarista e ele liga seu rádio e TV, descobre que na cidfade terá vida melhor (posto de saúde, lugar provisório para viver, escola para os filhos...) e assim a diferença entre ligações rurais e desligamentos era negativa...

Os países mais ricos reclamam do desmatamento no Brasil, deveríamos rever nossa estratégia de exportações deixando parte dessa riqueza no Brasil.

Produzimos mais alimentos e as nações ricas desperdiçam muito mais (Índice Global do Desperdício de Alimentos da ONU estima em 121 quilos o desperdício de comida per capita anual, 2022)[5].

O preço foi elevadíssimo. As invasões de europeus e asiáticos trazendo a tiracolo escravos dizimou povos e o comércio colocou em contato civilizações favorecendo algumas em detrimento de outras[6].

A mineração[7] agora é tida como um pesadelo. Ela viabilizou cidades e motivou entradas e a criação de muitas cidades pelo Brasil

A sociedade humana parece querer se regular pela violência, mas isso não será suficiente a menos que um conflito mundial force o reinício da presença humana sobre a Terra ou simplesmente sua extinção.

Nos museus podemos ver móveis e camas usadas pelos contemporâneos de nossos avós, as diferenças até divertem.

O desafio, contudo, é criar condições de vida saudável para nossos descendentes. O Planeta Terra continuará existindo após o nosso desaparecimento, precisamos entender que a Humanidade precisa se corrigir para garantir a vida de todos os humanos, vida saudável, decente, feliz.

Nesse contexto é importante lembrar o que perdemos diariamente com a agricultura em espaços crescentes, luxos que exigem materiais que levaram séculos para existir, água potável, ar respirável, vida em sua plenitude, que, aliás, nunca existiu.

A violência competitiva do “homo sapiens sapiens” gerou conflitos que só tiveram um benefício, conter a expansão desse animal carnívoro que não consegue saciar sua fome e desejos de poder.

Tendo capacidade de evoluir e desenvolver o cérebro, o corpo e a organização social, tecnológica, intelectual acima de tudo a Humanidade pode sobreviver aos problemas que criou na lógica do consumismo e utilização de recursos naturais já saturando.

Precisamos da Natureza. Não somos pedras. A existência de uma fauna e flora exuberantes assim como lugares e espaços saudáveis depende do disciplinamento que, entretanto, demanda processos de educação e culturais que exigem décadas para convencer seres entupidos de hormônios a se comportarem bem.

A Tecnologia, a capacidade da Humanidade de usar máquinas, criar armas e similares cresceu mais depressa que sua inteligência.

Em qualquer lugar da Terra cataclismos poderão demolir tudo, mas o que é mais provável é a lógica do ódio.

Nossa capacidade de mútuo extermínio nunca foi tão grande.

Pior ainda é a exploração política de atitudes negacionistas, agressivas. Nada é pior que a ignorância e a capacidade de não enxergar.

No Brasil enfrentamos dilemas forjados pela mídia política que estimulam organizações criminosas a demolir a Amazônia, por exemplo.

Com certeza podemos e devemos argumentar que não somos os piores, mas tudo o que somos existe em nosso entorno. Pessoalmente não estou preocupado com a vida em outro planeta, mas a de minha família, de meus amigos e amigas, da cidade, do país em que nasci e espero morrer.

Precisamos aprender a viver nesse país de dimensões continentais.

É triste, tristíssimo lembrar o que já tivemos e perdemos. Viver em grandes cidades é um modo de perceber o que é desastre ambiental (Anti-Urbanismo - e ocupação não sustentável do território, s.d.), nossas monstrópolis são exemplos de metrópoles que não evitaram a indisciplina urbana e assim crescem desordenadamente. Cidade planejada como foi Belo Horizonte[8] é um triste exemplo disso.  Quem nasceu cercado de florestas e seus sons, cores, fauna e flora sabe o que é perder o paraíso.

Felizmente a Humanidade evolui, mas nosso povo parece regredir. O que se discute não é a beleza e simpatia de líderes, mas a nossa existência. Nós mais velhos? Não, a pandemia escolheu nossa geração para agir com máxima violência. O que assusta é a incapacidade de exercer a liberdade para a própria evolução. Nesse processo a Democracia é essencial, apesar de suas fragilidades. Qualquer ser humano ditador cria lógicas egoístas e perniciosas até para a sua plêiade de admiradores e bajuladores.

A Humanidade ganha um tempo para pensar na solidão do isolamento social. Poderá estudar, saber sair desse momento da sua história melhor, poderá também concluir o “pit stop” de forma suicida.

Consciente da necessidade de mudar padrões de vida grandes nações e a ONU promoveram seminários, congressos, conferências, trabalhos técnicos etc.

Na recuperação ambiental os serviços essenciais são peça chave que vai da mobilidade urbana, esgotos, tratamento de água, produção de combustíveis, eletricidade, transporte aéreo, transporte de cargas, localização de portos até a saúde pública.

A Cidade do Rio de Janeiro[9] é um exemplo contundente dos desastres criados por políticos e governantes irresponsáveis[10] ou simplesmente ingênuos.

O COP 26 foi mais um com inúmeras conclusões e recomendações.

Além das questões ambientais há muitos outros desafios se a evolução for levada a sério. Vencer resistências religiosas, ideológicas, culturais, atavismos e ódios seculares não é simples.

Não podemos esquecer que os líderes são seres humanos que envelhecem, ficam doentes, alguns enlouquecem, outros se sentem frustrados em suas ambições e muito mais.

Cada ser humano eleito para governar tem limites e formação específica.

O que realmente tira credibilidade do Brasil é a sua postura leviana em relação a leis, tratados, convenções e até no respeito à sua Constituição Federal.

Casuísmos[11], “leis para inglês ver” [12], PECs (Emenda constitucional, s.d.) e outros meios e instrumentos de insegurança jurídica fazem do Brasil um país sem a credibilidade[13] que nos ajudaria muito.

Que esperança podemos ter?

 

 



[1] Essas considerações são destinadas a impedir — e certamente o farão — um  vasto número de  pessoas de  todas as  nações civilizadas de  seguir o ditame da  natureza de  uma ligação precoce  a  uma única mulher. E essa restrição, quase necessariamente, embora não  absolutamente, gera o vício. Entretanto, em todas as  sociedades, mesmo naquelas que  são  mais corruptas, a  tendência a  uma ligação virtuosa é tão forte  que há um constante esforço  para o crescimento da população. Este constante esforço   tende a  subjugar as  classes mais baixas da sociedade à miséria e a impedir qualquer grande e permanente melhora de  sua  condição. O modo pelo qual estas conseqüências se produzem parece ser este.

 

Thomas Malthus. Malthus: Ensaio sobre a População (Coleção Economia Política) (p. 24). Lebooks Editora. Edição do Kindle.

[2][2] “A natureza fez tudo a nosso favor, nós, porém, pouco ou nada temos feito a favor dela. Nossas terras  estão ermas e as poucas que temos roteado são mal cultivadas,  porque o são por braços indolentes e forçados. Nossas numerosas minas, por falta de trabalhadores ativos e instruídos,  estão desconhecidas ou mal aproveitadas. Nossas preciosas matas vão desaparecendo, vítimas do fogo, do machado destruidor, da ignorância e do egoísmo. Nossos montes e encostas se vão escalvando diariamente e, com o andar do tempo, certamente faltarão cair chuvas fecundantes, para favorecerem a vegetação e alimentarem nossas fontes e rios, sem o que, o nosso belo Brasil, em menos de dois séculos, ficará reduzido aos páramos e desertos áridos da Líbia. Virá então este dia, terrível e fatal,  em que a ultrajada natureza se ache vingada de tantos erros e crimes cometidos por nós humanos.” (Palavras do Ministro e Senador do Império do Brasil, José Bonifácio de Andrada e Silva, representando o primeiro movimento ambientalista brasileiro.)

da Silva, Américo Luís Martins. DIREITO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS - Volume 3: Mineração - Petróleo - Populações tradicionais - OGM - Energia nuclear - Direito Penal Ambiental ... Ambiental (pp. 24-25). Américo Luis Martins da Silva. Edição do Kindle.

[3] Este livro, Meio ambiente e sustentabilidade, é fruto dos trabalhos de pesquisa desenvolvidos na Escola Superior da Advocacia de São Paulo no âmbito do Centro de pesquisa ESAOAB/SP. A obra resulta de um esforço coletivo de investigação, estudo e produção de textos científicos sobre meio ambiente, nos seus diversos âmbitos (natural, artificial, cultural, laboral), e sustentabilidade em suas múltiplas dimensões (cultural, ambiental, econômica, social, tecnológica, etc.). Buscamos divulgar as pesquisas realizadas e ofertar à comunidade (sobretudo à comunidade jurídica) conhecimento científico, reflexões críticas e aportes teóricos sobre o grande tema “meio ambiente e sustentabilidade”. Nesta obra, as leitoras e os leitores encontrarão textos sobre a Agenda 2030, e as múltiplas dimensões da sustentabilidade, tratados e convenções a respeito dos recursos hídricos, desafios à Política Nacional de Recursos Hídricos e ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, empregos verdes durante a pandemia de Covid-19, proteção jurídica ao patrimônio cultural imaterial, cidadania e identidade cultural, participação pública sobre questões ambientais no Brasil e reflexões a partir

de Quintana Figueiredo Pasqualeto, Olívia ; Moreira Lima Mendes Musarra, Raíssa ; Miranda Lima, Renata ; Célia Martinez, Regina . Meio Ambiente e Sustentabilidade (p. 11). Edição do Kindle.

[4] economistas europeus do século 18, quando foi publicada essa obra do inglês Thomas Malthus, afirmando que a população do mundo crescia em progressão geométrica enquanto a produção de comida crescia em progressão aritmética. Ou seja, a população cresceria muito mais do que os alimentos, o que levaria o mundo a uma miséria permanente. A natureza interviria nos momentos em que o esequilíbrio atingisse determinado limite, por meio da fome e de pestes. Apesar de atualmente ser amplamente contestada, principalmente por não ter levado em consideração a revolução tecnológica na produção agrícola, a teoria de Malthus fez com que os estudiosos passassem a examinar a demografia mundial como um fator variável e determinante. Na sua obra mais famosa, Malthus demonstra limpidamente seu posicionamento ideológico, sua visão filosófica, e deixa patente seu pessimismo quanto à possibilidade de felicidade humana em vida. Para que melhor se entenda o Ensaio, devemos ter em mente o momento histórico em que foi escrito. Na Inglaterra estava em curso a Revolução Industrial, desde, aproximadamente, 1760, trazendo dramáticas conseqüências para o sistema produtivo e para as relações sociais na produção. Novos inventos eram constantemente empregados, tanto na indústria manufatureira quanto na agricultura. No setor agrícola, que se mostrava incapaz de gerar alimentos em abundância, a mecanização trouxe um forte motivo adicional para o êxodo de trabalhadores rumo às grandes cidades.

 

Thomas Malthus. Malthus: Ensaio sobre a População (Coleção Economia Política) (pp. 8-9). Lebooks Editora. Edição do Kindle.

[5] UNEP FOOD WASTE INDEX REPORT 2021

EXECUTIVE SUMMARY

Food waste reduction offers multi-faceted wins for people and planet, improving food security,

addressing climate change, saving money and reducing pressures on land, water, biodiversity and

waste management systems. Yet this potential has until now been woefully under-exploited.

This potential may have been overlooked because the true scale of food waste and its impacts have

not been well understood. Global estimates of food waste have relied on extrapolation of data from

a small number of countries, often using old data. Few governments have robust data on food waste

to make the case to act and prioritize their efforts.

Sustainable Development Goal 12.3 (SDG 12.3) captures a commitment to halve food waste at the

retail and consumer level and to reduce food loss across supply chains. This Food Waste Index Report

aims to advance progress on SDG 12.3 in two ways:

• Firstly, it presents the most comprehensive food waste data collection, analysis and modelling to

date, generating a new estimate of global food waste. Country-level food waste estimates have

been calculated, and while confidence intervals for estimates vary by region and by sector, they

offer new insight into the scale of the problem and into the substantial prevention potential in

low-, middle- and high-income countries.

• Secondly, this report publishes a methodology for countries to measure food waste, at household,

food service and retail level, in order to track national progress towards 2030 and to report on

SDG 12.3. Countries using this methodology will generate strong evidence to guide a national

strategy on food waste prevention, food waste estimates that are sufficiently sensitive to pick up

changes in food waste over two- or four-year intervals, and that enables meaningful comparisons

among countries globally.

In complement to the Food Loss Index, developed by the Food and Agriculture Organization of the

United Nations (FAO), the Food Waste Index covers the later stages of food’s journey – food waste –

occurring at household, food service and retail level.

https://drive.google.com/file/d/1KTB1mq9sSWXx38bDfvF0PQy0sEKYsgrn/view

[6] Prefácio A invasão do “Novo Mundo” O ciclo das “descobertas”, ou da expansão do nascente capitalismo ainda não foi decifrado pela historiografia. Tal momento abriu as portas para a velha Europa tomar o resto do mundo ainda incógnito para ela, com todas as consequências desse fantástico movimento de transmigração de povos pelo planeta. Tentamos reconstituir o caminho de destruição que aquelas jornadas de conquista e dominação deixaram atrás de si, mas sabemos que uma das táticas de dominação é justamente apagar o rastro e desaparecer com as marcas violentas deixadas no processo. Eduardo Galeano, em As Veias Abertas da América Latina, conseguiu o mais completo registro da passagem das bandeiras de Espanha e Portugal, como autênticos “cavaleiros do apocalipse” pelas Américas. O clássico livro de Galeano ainda é o material mais fiel sobre o genocídio dos nativos americanos, iniciado nas ilhas do Caribe com Cristóvão Colombo, seguido por Cortez na atual região da América Central e depois pela invasão da grande região do Tawantinsuyo por Pizzarro, espalhando-se por nosso continente ameríndio. Seguindo a mesma rota da fome de riquezas, os portugueses

 

Viezzer, Moema; Grondin, Marcelo. Abya Yala! . Bambual Editora LTDA. Edição do Kindle.

[7] A primeira, obviamente, é que em suas veias corria sangue africano. “Mulato” era a designação que no século xvii, e já na época de conotação pejorativa, se dava aos filhos da miscigenação entre brancos e negros. A segunda pista diz respeito à geografia. Antes de seguir para Minas Gerais em companhia dos paulistas caçadores de índios, o mestiço teria trabalhado em minas de ouro situadas no atual estado do Paraná, que naquele tempo ainda não existia. A região citada por Antonil era então parte da capitania de São Paulo e seria promovida a província autônoma pelo imperador Pedro ii só um século e meio mais tarde, em 1853, tomando de empréstimo o nome do caudaloso rio situado à oeste, hoje na fronteira com o Paraguai, que os índios chamavam de paranã —“rio grande, semelhante ao mar”, em tupi-guarani. Até meados do século xvii, havia exploração de ouro em pequenas quantidades na serra do Jaraguá, dentro do perímetro urbano da atual cidade de São Paulo, e na região litorânea do hoje estado do Paraná. No primeiro mapa cartográfico da Baía de Paranaguá, de 1653, são apontadas as localizações das diversas minas existentes nas vertentes da Serra do Mar. De lá, subindo por trilhas por onde atualmente corre a bucólica estrada da Graciosa, os garimpeiros teriam chegado a Curitiba, onde também havia ouro. Um dos pontos de mineração estava situado nas encostas de um morro que nos dias atuais é parte do parque do Barigui, uma das maiores e mais agradáveis áreas verdes da capital paranaense.

Gomes, Laurentino. Escravidão – Volume II: Da corrida do ouro em Minas Gerais até a chegada da corte de dom João ao Brasil (p. 58). Globo Livros. Edição do Kindle.

[8] Novo Plano Diretor de Belo Horizonte: mais um passo para o fracasso

O futuro de BH está em jogo. O novo Plano Diretor irá consolidar uma estrutura urbana espacial ineficiente, trazendo consequências desastrosas e duradouras. - Thiago Jardim 19 de dezembro de 2018´´
O futuro de Belo Horizonte está em jogo. Não se trata de problemas associados a crises econômicas ou desastres naturais. Trata-se da consolidação de uma estrutura urbana espacial ineficiente e suas consequências econômicas e sociais, cujos efeitos são tão duradouros quanto a idade de edifícios. A perspectiva de aumento da restrição à construção com a redução dos potenciais construtivos do solo urbano, previstos no Projeto de Lei 1749/15 de Belo Horizonte, aprovado no mês passado, reforçará os padrões ineficientes de desenvolvimento da cidade nas últimas décadas. 
https://caosplanejado.com/novo-plano-diretor-de-belo-horizonte-mais-um-passo-para-o-fracasso/

[9] As autoridades conceberam um plano em três dimensões para enfrentar todos esses problemas. Executar simultaneamente a modernização do porto, o saneamento da cidade e a reforma urbana. Um time de técnicos foi então nomeado pelo presidente Rodrigues Alves: o engenheiro Lauro Müller para a reforma do porto, o médico sanitarista Oswaldo Cruz para o saneamento e o engenheiro urbanista Pereira Passos, que havia acompanhado a reforma urbana de Paris sob o barão de Haussmann, para a reurbanização. Aos três foram dados poderes ilimitados para executar suas tarefas, tornando-os imunes a quaisquer ações judiciais, o que criou uma situação de tripla ditadura na cidade do Rio. Como era de se prever, os três se voltaram

 

Vários autores. História da vida privada no Brasil – Vol. 3 (p. 19). Companhia das Letras. Edição do Kindle.

[10] O desejo de ajustar a cidade ideal à cidade real aprofundou a clivagem entre o “povo” e a “boa sociedade”. O descompasso entre a pujança econômica e a exclusão social gerou uma série de revoltas que acentuaram as tensões na sociedade carioca. Os salões da moda, as confeitarias, as conferências literárias, o Jockey Club, o five o’clock tea, os passeios pelo Botafogo, Flamengo e pela avenida Central tinham como contrapartida a festa da Penha, os candomblés, o Carnaval da praça Onze, as rodas de samba, os quiosques e freges, as favelas e zungas.25 A cidade que se transfigurava em imago a ser imitada pelo resto do país foi objeto de entronização, via cartão-postal. Nos pequenos e precários retângulos de cartolina foram fixadas imagens crepusculares do velho Rio de Janeiro — o Conselho Municipal, ruas, casarios e igrejas que viraram ruínas. Também aparecem registradas as velhas praças que, ao serem remodeladas, receberam outra denominação, como a praça da República (antes campo de Santana), a praça Tiradentes (o velho largo do Rocio) e a praça XV de Novembro (antigo largo do Paço). Os velhos postais registraram diferentes perspectivas da cidade, salvando dos escombros uma realidade que se esvaía sob o tempo do presente do pretérito. Esteio da memória e índice do culto da saudade, esses postais sublinham um traço fetichista que atestava a irreversibilidade do processo vivido na cidade.

Vários autores. História da vida privada no Brasil – Vol. 3 (pp. 420-421). Companhia das Letras. Edição do Kindle.

[11]

casuísmo

substantivo masculino

  1. 1.

submissão total a ideias, sistemas de pensamento, doutrinas e princípios de toda espécie.

o   

  1. 2.

argumento ou medida fundamentada em raciocínio enganador ou falso, esp. em direito e em moral, e baseada muitas vezes em casos concretos e não em princípios fortemente estabelecidos.

 

[12] Lei para inglês ver é a expressão usada no Brasil e em Portugal para leis ou regras consideradas demagógicas e que não são cumpridas na prática. A origem da expressão tem várias versões, mas deriva possivelmente de uma situação vivenciada no Período Regencial da história brasileira referente ao tráfico de escravos.

Lei para inglês ver – Wikipédia, a enciclopédia livre

 

 

[13] Temos pela frente, então, até 2033, prazo final para a vigência do plano, um imenso desafio de natureza política e econômica a enfrentar; um futuro de muitas lutas, em que não poderá haver retrocesso. O volume de recursos financeiros necessários para investimento é vultoso. Para tanto, consideramos que esses recursos precisam ser aplicados com qualificação do gasto público na promoção da saúde e não apenas na prevenção de doenças, muito menos para enriquecer bancos, empreiteiras, políticos e outros agentes por meio dos ductos da vergonhosa e insidiosa corrupção, que temos que combater permanentemente. É necessário considerar o conjunto de princípios e conceitos relevantes no âmbito da promoção da saúde aqui trabalhado: concepção holística de saúde voltada para a multicausalidade do processo saúde-doença; equidade; intersetorialidade; participação social; sustentabilidade; empoderamento; governança; ações multiestratégicas.

Souza, Cezarina Maria Nobre; Costa, André Monteiro; Moraes, Luiz Roberto Santos; Freitas, Carlos Machado de. Saneamento: promoção da saúde, qualidade de vida e sustentabilidade ambiental (pp. 104-105). SciELO - Editora FIOCRUZ. Edição do Kindle.


Anti-Urbanismo - e ocupação não sustentável do território. (s.d.). Fonte: http://www.jauregui.arq.br/antiurbanismo.html

Emenda constitucional. (s.d.). Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre: https://pt.wikipedia.org/wiki/Emenda_constitucional

Índice Global da Fome. (s.d.). Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre: https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndice_Global_da_Fome

Índice Global do Desperdício de Alimentos da ONU estima em 121 quilos o desperdício de comida per capita anual. (07 de 01 de 2022). Fonte: EMBRAPA: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/59945046/indice-global-do-desperdicio-de-alimentos-da-onu-estima-em-121-quilos-o-desperdicio-de-comida-per-capita-anual

John, T. (07 de 01 de 2022). The 'anti-woke' crusade has come to Europe. Its effects could be chilling. Fonte: CNN WORLD: https://edition.cnn.com/2022/01/07/europe/war-on-woke-europe-cmd-intl/index.html

Pandemia de COVID-19. (s.d.). Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pandemia_de_COVID-19

Silva, W. S. (2014). Êxodo rural. Fonte: infoescola.com: https://www.infoescola.com/geografia/exodo-rural/

 

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