O crescimento da população humana chegou a níveis que
merecem atenção máxima, o ser humano médio atual é maior em peso e altura do
que o normal há poucas décadas. Nos museus podemos ver móveis e camas usadas
pelos contemporâneos de nossos avós, as diferenças até divertem.
O desafio, contudo, é criar condições de vida saudável para
nossos descendentes. O Planeta Terra continuará existindo após o nosso
desaparecimento, precisamos entender que a Humanidade precisa se corrigir para
garantir a vida de todos os humanos, vida saudável, decente, feliz.
Nesse contexto é importante lembrar o que perdemos
diariamente com a agricultura em espaços crescentes, luxos que exigem materiais
que levaram séculos para existir, água potável, ar respirável, vida em sua
plenitude, que, aliás, nunca existiu.
A violência competitiva do “homo sapiens sapiens” gerou
conflitos que só tiveram um benefício, conter a expansão desse animal carnívoro
que não consegue saciar sua fome e desejos de poder.
Tendo capacidade de evoluir e desenvolver o cérebro, o corpo
e a organização social, tecnológica, intelectual acima de tudo a Humanidade
pode sobreviver aos problemas que criou na lógica do consumismo e utilização de
recursos naturais já saturando.
Precisamos da Natureza. Não somos pedras. A existência de
uma fauna e flora exuberantes assim como lugares e espaços saudáveis depende do
disciplinamento que, entretanto, demanda processos de educação e culturais que
exigem décadas para convencer seres entupidos de hormônios a se comportarem
bem.
A Tecnologia, a capacidade da Humanidade de usar máquinas,
criar armas e similares cresceu mais depressa que sua inteligência.
Em qualquer lugar da Terra cataclismos poderão demolir tudo,
mas o que é mais provável é a lógica do ódio.
Nossa capacidade de mútuo extermínio nunca foi tão grande.
Pior ainda é a exploração política de atitudes
negacionistas, agressivas. Nada é pior que a ignorância e a capacidade de não
enxergar.
No Brasil enfrentamos dilemas forjados pela mídia política
que estimulam organizações criminosas a demolir a Amazônia, por exemplo.
Com certeza podemos e devemos argumentar que não somos os
piores, mas tudo o que somos existe em nosso entorno. Pessoalmente não estou
preocupado com a vida em outro planeta, mas a de minha família, de meus amigos
e amigas, da cidade, do país em que nasci e espero morrer.
Precisamos aprender a viver nesse país de dimensões continentais.
É triste, tristíssimo lembrar o que já tivemos e perdemos.
Viver em grandes cidades é um modo de perceber o que é desastre ambiental. Quem
nasceu cercado de florestas e seus sons, cores, fauna e flora sabe o que é
perder o paraíso.
Felizmente a Humanidade evolui, mas nosso povo parece
regredir. O que se discute não é a beleza e simpatia de líderes, mas a nossa
existência. Nós mais velhos? Não, a pandemia escolheu nossa geração para agir
com máxima violência. O que assusta é a incapacidade de exercer a liberdade
para a própria evolução. Nesse processo a Democracia é essencial, apesar de
suas fragilidades. Qualquer ser humano ditador cria lógicas egoístas e
perniciosas até para a sua plêiade de admiradores e bajuladores.
A Humanidade ganha um tempo para pensar na solidão do
isolamento social. Poderá estudar, saber sair desse momento da sua história
melhor, poderá também concluir o “pit stop” de forma suicida.
João Carlos Cascaes
Curitiba, 20 de abril de 2021
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